Compartilhamento de Infraestrutura na América Latina

Existe uma tendência crescente por parte das operadoras móveis da América Latina em adotar distintos modelos de infraestrutura. Isto está sendo impulsionado principalmente por razões comerciais e de eficiência e não por obrigações regulatórias(1).

Deste modo, a GSMA considera que qualquer compartilhamento de infraestrutura – quando tecnicamente possível – deveria ser permitido e impulsionado pelo mercado e consequente resultado das negociações comerciais, mas não forçado ou sujeito a restrições regulatórias ou custos adicionais. Desta forma, ele irá estimular o investimento, a concorrência e a inovação tecnológica em uma área onde estes são necessários para diminuir a exclusão digital através do acesso à banda larga para todos.

Tipos de Compartilhamento de Infraestrutura

 

O compartilhamento de infraestrutura pode ser passivo ou ativo.

O compartilhamento passivo inclui compartilhamento de instalações, onde as operadoras usam os mesmos componentes físicos, mas possuem diferentes postes, antenas, equipamentos e backhaul. Um exemplo comum são as instalações compartilhadas de telhados. Os desafios práticos incluem a disponibilidade de espaço e os direitos de propriedade. Um segundo tipo de compartilhamento passivo é o compartilhamento de postes onde as antenas de diferentes operadoras estão localizadas no mesmo poste ou estrutura de antena, mas a transmissão é mantida separada.

No compartilhamento ativo, as operadoras podem compartilhar a rede de acesso por rádio (RAN) ou a rede principal. O compartilhamento de RAN pode criar desafios operacionais e de arquitetura. Para compartilhamento da rede principal adicional, os operadores também compartilham a funcionalidade central, o que exige mais empenho e alinhamento destas. Além de poder ocorrer problemas de compatibilidade entre as plataformas tecnológicas utilizadas pelas operadoras.

O potencial do compartilhamento de infraestrutura

 

As operadoras móveis estão investigando o compartilhamento de infraestrutura para aperfeiçoar a utilização dos recursos, reduzir custos e evitar duplicação (de acordo com os objetivos de ordenamento territorial). Pode também reduzir o tempo de instalação de antenas. Outro modelo de negócio é a presença de empresas especializadas em torres em vários mercados que constroem a infraestrutura e disponibiliam para várias operadoras.

Compartilhamento de infraestrutura apresenta potencial para:

  • Gerar uma cobertura mais rápida e ampla de novas áreas geográficas e atualmente carentes
  • Fortalecimento da competição
  • Reduzir o número de estações e torres
  • Reduzir os custos de energia e emissão de carbono das redes móveis
  • Reduzir o impacto ambiental com infraestrutura móvel
  • Reduzir os custos das operadoras

O marco regulatório

O marco regulatório de um país deveria facilitar todos os tipos de acordos de compartilhamento de infraestrutura que pode incluir o compartilhamento de vários componentes de redes móveis, ser tanto ativo quanto passivo, e envolver uma integração mais profunda.

Acordos de compartilhamento de infraestrutura devem ser regidos pela legislação comercial e, como tal, sujeitos à avaliação nos termos da lei geral da concorrência. Em alguns casos, o compartilhamento aumenta a concorrência, proporcionando aos operadores o acesso a locais importantes para competir em qualidade de serviço e cobertura. Os governos podem também considerar a adoção de incentivos para implantação em áreas carentes.

Acreditamos que os governos deveriam remover as restrições e obstáculos para os acordos de compartilhamento, a fim de promover de implantação de bases de redes móveis eficientes nas negociações comerciais privadas.

(1) Como exemplo para o mercado indiano, estimou-se que o uso conjunto de torres e locais pode permitir às operadoras economizarem cerca de 30% em CAPEX e OPEX. Compartilhar uma parte, ou toda, da rede de acesso por rádio (RAN) gera uma economia substancial para as operadoras, e estima-se que a redução de custos pode aumentar o fluxo de caixa livre em até 20% para um operador europeu típico.