A Série GSMA Mobile 360 foi realizada pela primeira vez na América Latina e reuniu líderes regionais e globais da indústria em torno de propostas de inovação promovidas pela GSMA como uma evolução do ecossistema móvel. Novas oportunidades com relação aos serviços de identidade e autenticação (Mobile Connect), dinheiro móvel, comunicações IP e 4G e comunicações M2M foram os principais temas abordados, bem como a inclusão digital e os desafios que os novos serviços representam, promovendo o pedido de “mesmas regras para os mesmos serviços”.
Com mais de 350 participantes, o Mobile 360 América Latina contou com representantes de operadoras móveis em 26 países, incluindo diversos CEOs, em dois dias de reuniões e apresentações voltadas para a necessidade de expandir os investimentos e definir um marco regulatório que permita a continuidade do desenvolvimento da conectividade na América Latina.
O Mobile 360 América Latina foi aberto por Tom Phillips, Chief Regulatory Officer da GSMA, que disse que temos de repensar a regulamentação das telecomunicações em decorrência das grandes mudanças na natureza da concorrência e dos serviços, aplicando o conceito de “mesmas regras para os mesmos serviços”. Tom destacou que, até 2020, a indústria deverá investir cerca de 200 bilhões de dólares na implantação da infraestrutura apenas na América Latina, o que representa “mais do que o PIB anual do Equador ou mais que o dobro do PIB do Panamá, por exemplo.” Entretanto, ele afirma que “este investimento previsto será bem-sucedido apenas se o jogo for justo para todos os jogadores, o que é um desafio, pois o futuro é incerto, com muitas mudanças no setor.”
O Presidente e CEO da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, por sua vez, afirmou que “o setor móvel está bem posicionado para proporcionar a inclusão digital necessária na América Latina e beneficiar os usuários em seu dia-a-dia, mas devemos contar com as condições que permitam isso”.
Em seguida, o diretor-executivo da Telefônica Hispanoamérica do Norte, Juan Abellán, afirmou que “a regulamentação deve ser adaptada a fim de refletir a realidade da nova economia digital, mas diferentemente da Europa, estamos apenas iniciando o diálogo na América Latina, e precisamos transmitir os rumos do mundo das telecomunicações ao mercado e aos governos para que eles saibam as regras justas que precisamos”.
As apresentações foram seguidas por um painel com o mesmo tema, no qual, além de Abellán, participaram Jose Perdomo, CEO da Tigo Paraguai e Juan Pablo Calvo, CEO da Nuevatel Bolívia, que pediram que todo o ecossistema se concentrasse nos milhões de usuários que ainda não contam com a conectividade. O mesmo painel contou com a participação de Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, que enfatizou o papel de sua empresa na capacitação da geração de aplicações e serviços, destacando que a “democratização de oportunidades gerará uma sociedade mais competitiva.”
Outro foco central do Mobile 360 América Latina foi o desenvolvimento de modelos de negócios sustentáveis da tecnologia 4G LTE na região, com apresentações de destaque de Martin Wessel, diretor de Evolução Tecnológica para a Telecom Argentina, Paul Byrne, diretor de Produtos 4G da Digicel Jamaica e Roberto Guenzburger, diretor de Produtos Móveis da Oi. Os executivos detalharam as questões técnicas e de sustentabilidade do negócio, necessárias para a implantação de redes móveis 4G na América Latina da melhor forma possível.
O evento regional de alto nível também contou com painéis sobre Identidade Digital (com representantes da Gemalto, Terra, Kuack Media e ComScore) e Serviços Financeiros móveis com palestrantes de destaque como Gregory Reeve, COO Mobile Financial Services da Millicom e Marcos Etchegoyen, CEO da Zuum, bem como um bloco final sobre Internet das Coisas (Internet of Things), com representantes da Qualcomm, Vodafone Brasil, AT&T e Telefônica Vivo.
O Mobile 360 América Latina fechou com um dia inteiro de sessões dos grupos de trabalho de especialistas das operadoras móveis GSMA Latin America: Regulatório (REGU), Roaming e Faturamento (BARG LA), Técnico e Terminais (TECT) e Segurança e Fraude (SEGF).