Wireless Intelligence: Subsídios a smartphones impulsionam crescimento da banda larga móvel na América Latina

Prevê-se que o número de conexões de banda larga móvel na América Latina (Caribe, América Central e do Sul) alcance 150 milhões neste trimestre, estando presentes em uma de cada cinco assinaturas na região. Temos a expectativa de que o número chegue perto de 200 milhões ao final do ano, momento no qual a banda larga móvel – que é definida como HSPA, EV-DO e mais rápidas – responderá por mais de um quarto do total da região.

O crescimento está sendo impulsionado pela alta da penetração dos smartphones, que – em contraste com a tendência em alguns mercados europeus (como discutido na análise da semana passada) – está sendo estimulado pelo aumento de interesse de operadoras locais em subsidiar aparelhos caros. E há diversas evidências indicando que players locais enxergam tais estratégias como um diferenciador chave no mercado, e uma maneira de chegar à liderança em serviços de dados móveis.

“Nosso investimento comercial no subsídio de aparelhos apoia o crescimento da penetração e uso de dados móveis”, observou o CEO da Millicom, Mikael Grahne, numa call recente sobre receitas da empresa. Ele observou que na Colômbia a operadora está com uma fatia do mercado em dados que é quase duas vezes superior à que tem em voz: “Nós recebemos reações positivas muito boas de clientes colombianos sempre que investimos em subsídios”.

Esse tom é ecoado pela America Móvil, maior operadora da América Latina. “Estamos substituindo muitos telefones 2G por smartphones e outros telefones comuns”, disse o CEO Daniel Hajj. Ele acrescentou que este ano e o próximo serão “muito importantes em termos de subsídios”.

Assim, a penetração de smartphones está crescendo rapidamente na região. No Brasil, a líder de mercado Vivo observou que os smartphones foram responsáveis por 78 por cento do aumento líquido de contratos no terceiro trimestre, contra 55 por cento a mais no ano anterior. A penetração de smartphones na rival TIM Brasil duplicou no último ano e atingiu 39 por cento de sua base total nesse período.

O crescimento de dados e de smartphones foi alcançado (em termos globais) mesmo com uma relativa demora na migração para o 4G-LTE. No final do terceiro trimestre do ano passado, somente três mercados na América Latina haviam lançado comercialmente o LTE: Colômbia (via UNE), Porto Rico (Via AT&T, Claro, Open Mobile e Sprint) e Uruguai (via Ancel).

Posteriormente, sete redes foram lançadas em cinco outros países no quarto trimestre de 2012 – Antigua & Barbuda (Digicel), Bolívia (Entel), Brasil (Claro e Oi), México (Movistar e Telcel) e Paraguai (Vox). Esperamos que mais 16 sejam lançadas em 2013, notavelmente em mercados como Argentina, Chile, Equador, Peru e Uruguai.

Hajj, da América Móvil, disse que, em mercados onde a rede LTE foi lançada, os primeiros usuários (“early adopters”) estão consumindo cerca de 30% mais dados que usuários 3G. Antes do lançamento da rede LTE da operadora mexicana em novembro do ano passado, ele afirmou que “não vamos elevar os preços na LTE. Será exatamente o mesmo preço do plano e, se você tiver mais velocidade, irá consumir mais”.

Mas, apesar da disponibilidade de subsídios e das novas redes rápidas, a acessibilidade a dispositivos se mantém como um problema chave. “Acredito que os aparelhos LTE sejam um pouco mais caros, então não haverá uma grande mudança de pessoas de 3G para LTE”, admite Hajj, que vê a LTE tendo maiores impactos em aparelhos somente de dados, como tablets e dongles.

De acordo com nossa última previsão, o total de conexões LTE para a América Latina deve ser de cerca de meio milhão ao final do presente trimestre (Q1 2013), aumentando para quase dois milhões ao final do ano – o que iria representar menos de um por cento do total de conexões de banda larga móvel na região.

Mesmo com o preço médio dos dispositivos começando a cair, esperamos que as operadoras mantenham as estratégias de subsídios num esforço para tornar acessíveis smartphones para tantos consumidores quanto possível. Certamente, a capacidade de oferecer smartphones nas faixas de preço mais baixas deve compensar os impactos negativos que os subsídios estão apresentando nas margens.

Conexões de banda larga móvel em % em relação ao total: América Latina
(Caribe, América Central e do Sul)
Fonte: Wireless Intelligence

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