A rápida adoção dos serviços 3G está impulsionando as conexões móveis e o crescimento das receitas na região das Américas, de acordo com os dados mais recentes da Wireless Intelligence.
Estima-se que o número de conexões 3G na região tenha alcançado 100 milhões no final de 2011, representando cerca de 15 por cento do total e mais do dobro com relação ao ano anterior. A região das Américas foi a região com a segunda taxa de crescimento mais rápida do mundo em termos de conexões 3G em 2011 (subindo 45 por cento de um ano para o outro), atrás apenas do Oriente Médio e da África (52 por cento).
O Brasil foi o maior mercado de 3G da região, com 41 milhões de conexões 3G no final do ano, seguido do México (18.4 milhões) e Argentina (7.8 milhões). A Vivo, a operadora líder no mercado brasileiro, é a maior operadora 3G da região, com 16 milhões de conexões 3G no Q4 2011.
De acordo com a Wireless Intelligence, as operadoras de serviços móveis das Américas agregaram aproximadamente 3 milhões de conexões 3G a cada mês em média no ano passado, e espera-se que essa taxa de absorção aumente para 4 milhões de novos usuários da tecnologia 3G por mês em 2012. Conforme a migração para a 3G ganhe ritmo, o crescimento das conexões 2G GSM será menor e poderá começar a retrair até o final desse ano. A tecnologia 2G representava 85 por cento das região conexões na região em 2011, mas projeta-se que deverá cair para 52 por cento do total até 2016.
Projeta-se que o número total de conexões móveis nas Américas alcançará 800 milhões até 2016. A região ultrapassou a marca de 100 por cento de penetração dos serviços móveis em 2011, e projeta-se que chegue a aproximadamente 130 por cento de penetração até 2016.
A migração para a 3G baseada em WCDMA coincidiu com o abandono na região das redes CDMA. De acordo com a Wireless Intelligence, as conexões CDMA nas Américas recuaram em cerca de 17.5 milhões entre o Q4 2009 e o Q4 2011, e agora representam apenas 2 por cento do total das conexões regionais, se comparado a 6 por cento dois anos atrás. A migração dessas redes já está concluída ou está perto de ser concluída em muitos casos. A Telefonica encerrou a sua rede CDMA no Equador em dezembro, enquanto que o seu braço brasileiro, a Vivo, está programada para dar esse passo em junho deste ano.
O crescimento da 3G na região também está tendo um impacto positivo sobre as receitas das operadora. De acordo com a Wireless Intelligence, o ARPU do setor de serviços móveis nas Américas cresceu cerca de US$0.27 no Q3 2011, contrapondo-se a um declínio global de US$0.02. Na Telefonica, a contribuição das receitas orgânicas da sua divisão latino-americana aumentou cerca de 5 pontos percentuais entre o Q3 2010 e o Q3 2011, contrabalançando as contribuições menores das suas unidades espanhola (-2.1pp) e européia (-0.2pp).
De acordo com as novas cifras divulgadas pela GSMA, estima-se que o mercado de serviços móveis da América Latina gere atualmente US$175 bilhões, ou 3.6 por cento do PIB total, com as operadoras de serviços móveis contribuindo com US$82 bilhões em 2010 (1.7 por cento do produto total da região).
No Q4 2011 as primeiras redes LTE comerciais foram lançadas na região pela UNE (EPM) na Colômbia, a AT&T Mobility em Porto Rico, e a Ancel (Antel) no Uruguai. Além disso, as operadoras locais de 12 mercados regionais implementaram redes HSPA+ durante o segundo semestre de 2011.
Joss Gillet, Analista Sênior, Wireless Intelligence:
O forte crescimento das conexões e a rápida adoção dos serviços de banda larga móvel nas Américas estão impulsionando o crescimento das receitas na região, e são responsáveis pelos maiores ARPUs em oposição à tendência global. A Telefonica, por exemplo, reportou no Q3 de 2011 que o crescimento da banda larga móvel levou a uma elevação de 31.7 por cento das receitas latino-americanas com dados não-SMS (se comparada a uma média de 19.6 por cento do grupo), um segmento que representava 25 por cento do total de receitas com serviços na região naquele período, um aumento de 4 pontos percentuais com relação ao ano anterior. Essa tendência pode ser observada em toda a região das Américas e uma maior crescimento das receitas com dados será alimentado pela onda de implementações das tecnologias HSPA+ e LTE em andamento. Porém, para apoiar o crescimento futuro, será necessário que as operadoras e reguladoras harmonizem o espectro em termos pan-regionais – sem o que as economias de escala e a capacidade de roaming global poderão ser afetadas. Brasil, Argentina e Chile estão estabelecendo o ritmo da alocação da banda de freqüência LTE na região. De acordo com o nosso mais recente estudo, a vasta maioria das conexões LTE nas Américas se apoiará na banda de 2600 MHz, porém a alocação de espectro adicional na banda de dividendo digital e a repartição das bandas já existentes continuam a ser as maiores prioridades.
Américas: conexões móveis/divisão entre tecnologias, 2011–2016
Fonte: Wireless Intelligence