Novo relatório da GSMA constata que América Latina e Caribe apresentaram o maior crescimiento entre os serviços móveis financeiros mundiais

A região apresenta taxa de crescimento de 50% no registro de novas contas móveis de dinheiro, com 37 serviços em funcionamento em 19 países

No evento de hoje na Mobile 360 Latin America, a GSMA divulgou o relatório “Serviços financeiros móveis na América Latina e Caribe: projetos em andamento, modelos comerciais e abordagens regulatórias”, que analisou o cenário dos serviços móveis financeiros na região da América Latina e Caribe (LAC). O relatório enfatiza os avanços importantes na adoção do dinheiro móvel na região, demonstrando que quase dois terços dos mercados têm pelo menos um serviço de dinheiro móvel. Atualmente, há um total de 37 serviços móveis financeiros, responsáveis por aproximadamente 14,9 milhões de contas de dinheiro móvel registradas em 19 países¹ da região. Isso inclui sete novos serviços lançados no Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Panamá e Peru de 2014 até hoje.

O relatório fez uma análise dos modelos comerciais empregados nos diferentes mercados, discutiu a evolução regulatória que ajudou a moldar a indústria e investigou os dados demográficos e vários outros fatores de mercado que desempenham um papel crucial no desenvolvimento e crescimento de novos modelos de negócios bem-sucedidos para o dinheiro móvel.

“Houve grande progresso no aprofundamento da inclusão financeira na América Latina e Caribe nos últimos três anos”, disse Sebastian Cabello, diretor da GSMA na América Latina. “A região passou por um grande aumento no número de adultos com contas bancárias, embora aproximadamente metade de todos os adultos da América Latina e Caribe continuem sem contas. Os serviços de dinheiro móvel são uma ferramenta poderosa para ampliar o acesso financeiro nos mercados em desenvolvimento e desempenhará um papel importante na continuidade da construção de um ecossistema financeiro digital íntegro na região.”

O relatório salienta que embora não exista um modelo comercial padronizado para os serviços de dinheiro móvel, uma situação clara, onde a regulamentação permita que bancos e não bancos forneçam serviços de dinheiro móvel, é essencial para o sucesso do dinheiro móvel. Neste contexto, reforçado pelas contribuições de bancos e operadoras móveis em determinados mercados, a América Latina e Caribe emerge como um novo player forte. No último ano, a região apresentou o crescimento mais rápido em registros de novas contas de dinheiro móvel do mundo², com taxa de crescimento de 50%. Um grande número de implementações também está chegando, com três serviços de dinheiro móvel ultrapassando mais de 1 milhão de clientes ativos até abril de 2015. Além disso, El Salvador, Honduras e Paraguai estão entre os 15 maiores mercados globais em termos de adultos que ativamente usam o dinheiro móvel.

De grande interesse, a partir de dezembro de 2014, mais de um quarto de todas as transações de dinheiro móvel na região da América Latina e Caribe foram transações que envolviam terceiros, como pagamentos de contas, pagamentos volumosos e pagamentos de comerciantes, que eram de apenas 14% em 2012. Por comparação, na África Oriental, o local das implementações de dinheiro móvel mais bem-sucedidas do mundo, apenas 6% de todo o volume de transação foram operações do ecossistema. Isso é extremamente importante na região da América Latina e Caribe, pois as transações de ecossistema são essenciais para perceber o potencial completo dos serviços móveis financeiros, embora sejam tradicionalmente os produtos mais difíceis de ganharem impulso no mercado de dinheiro móvel.

Cabello ainda disse que, “a ampla adoção e uso dos serviços móveis financeiros na América Latina e Caribe ainda tem muito a avançar, mas estamos encorajados pelo crescimento das implementações bem-sucedidas na região e pelo alcance dos modelos de negócios adotados. A concorrência está claramente se aquecendo e, com ela, cresce também o nível de investimento e interesse do setor privado.”

Notas ao Editor
O relatório pode ser acessado aqui
¹ GSMA, abril de 2015, “Mobile money tracker”.
² GSMA, 2014, “State of the industry report”