Novo relatório da GSMA demonstra que o LTE e os serviços de Radiodifusão podem coexistir no Brasil

Estudo traça opções de mitigação entre os sistemas LTE e ISDB-T

A GSMA anunciou hoje os resultados de um novo estudo da ATDI, que analisa formas de mitigar a interferência entre os novos sinais da rede móvel LTE e os serviços de televisão existentes e planejados. Em outubro, a Anatel tomou a decisão de atribuir o Dividendo Digital para os serviços móveis e de adotar o plano de canalização da Ásia-Pacífico (APT) para a faixa de 700 MHz, o que liberaria a faixa para os novos serviços móveis LTE.

As previsões indicam que a utilização da faixa de 700 MHz para a banda larga móvel gerará substanciais benefícios socioeconômicos para o Brasil, contribuindo com um adicional de US $1,4 bilhão para o PIB, criando mais de 4.300 oportunidades de emprego e gerando receitas fiscais adicionais de US $1,3 bilhão até 2020.

“As operadoras móveis querem trabalhar em estreita colaboração com a Anatel e a comunidade de radiodifusão, para entender qual a melhor forma de coexistência entre seus respectivos serviços, e garantir uma experiência de ótimo nível em LTE e televisão para a população brasileira,” disse Tom Phillips, Diretor Chefe para a Área Regulatória da GSMA. “Por meio de uma rigorosa modelagem, o estudo mostra que um cuidadoso planejamento do uso do espectro pode mitigar o potencial de interferência entre serviços móveis e de radiodifusão que operem mais próximos um do outro.”

O estudo focalizou as cidades de Brasília, Campinas e São Paulo, pois elas provavelmente serão algumas das áreas onde uma interferência na recepção de sinais de televisão e de serviços móveis poderá apresentar maiores problemas. Virtuais interferências deverão ser menos agudas em outras áreas e, portanto, mais fáceis de mitigar. A compatibilidade com os sinais de televisão analógica também foi incluída no estudo, devido aos planos de longo prazo previstos em relação à conversão para o sinal digital. Como a televisão digital no Brasil usa a tecnologia ISDB-T, esse estudo também é relevante para outros mercados, incluindo Chile, Costa Rica e Equador, onde o Dividendo Digital foi atribuído para redes móveis.

Embora o estudo não tenha sido projetado para prescrever uma solução única e específica, ele oferece um ponto de vista objetivo a partir do qual as operadoras móveis e empresas de radiodifusão poderão basear suas decisões para reduzir a interferência entre seus sistemas.

As principais conclusões do relatório são:

  • A população afetada é geralmente pequena, e pode ser reduzida aplicando-se as devidas técnicas de mitigação nas áreas com potencial de interferência. Por exemplo, em Brasília e Campinas, a população afetada seria menor que 10.000 pessoas, e por meio da mitigação o problema poderia ser praticamente eliminado;
  • A aplicação de filtros para os transmissores de sinais de TV ISDB-T e para as estações de base LTE poderia ajudar a reduzir significativamente a probabilidade de saturação e de interferência fora da faixa;
  • É baixa a probabilidade de interferência de dispositivos LTE, tais como smartphones e tabletes, com o sistema de TV ISDB-T por meio de saturação e também de interferência fora da faixa; e
  • Adotar planos que evitem emissões de alta potência nos canais superiores de televisão (especialmente os canais 48-51) permitirá a coexistência, pois o potencial de interferência é mais acentuado onde separação de frequências entre ISDB-T e LTE mais baixa.

“Nós entendemos as preocupações em torno da potencial interferência entre serviços móveis e de radiodifusão, que procuramos abordar nesse novo estudo,” continuou Phillips. “Porém, essas preocupações não deveriam ofuscar os inegáveis benefícios socioeconômicos resultantes do uso do Dividendo Digital por redes móveis. Por meio de mitigação nós trabalhamos para garantir uma bem-sucedida coexistência entre serviços móveis LTE e televisão e, assim, proporcionar maior satisfação à população brasileira.”