A conectividade móvel é imprescindível durante um desastre natural”: o fórum multissetorial na Colômbia analisou a inovação tecnológica para a gestão de riscos

As novas tecnologias para a redução de riscos, os sistemas de alerta preventivo e monitoramento multi ameaças, e o papel do setor privado na gestão de crises foram os principais tópicos de discussão no “Segundo Fórum Multissetorial sobre o papel das TIC para o gestão de desastres ” que ocorreu entre 29 e 31 de agosto, 2017, em Bogotá.

“Este Fórum é uma excelente oportunidade para trocar experiências e melhores práticas de diferentes países no uso de tecnologias modernas para o gerenciamento de desastres, o que evidencia como as TIC podem ser usadas para salvar vidas”, disse Juan Sebastian Rozo, vice-ministro da Conectividade e Digitalização do Ministério das Tecnologias de Informação e Comunicação (MinTIC), da Colômbia, na abertura do evento, que foi organizado pela Colômbia em parceria com a União Internacional das Telecomunicações (UIT). O vice-ministro Rozo disse que este fórum é uma parte importante dos esforços feitos pelo governo colombiano para a consolidação do Sistema Nacional de Emergências de Telecomunicações.

O Fórum contou com a participação de especialistas internacionais e latinoamericanos de empresas do ecossistema digital, ministérios e reguladores de telecomunicações, agências nacionais de gestão de riscos e organizações humanitárias. Por sua vez, Randall Trevino, vice-diretor da ITU para as Américas, destacou que as telecomunicações contribuem para o alerta de emergências e desastres, facilitando a coordenação da população, grupos de resposta de emergência, autoridades e entidades privadas.

O ecossistema móvel comprometido com a resposta a desastres

“A grande maioria das vidas salvas em um desastre consegue se salvar graças à população local. Portanto, a escala e alcance da conectividade móvel é essencial para conectar as pessoas e fornecer acesso às informações fundamentais para apoiar a resposta imediata “, disse Mauro Accurso, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da GSMA para a América Latina, em sua apresentação durante o Fórum.

A indústria móvel colombiana comprometeu-se a trabalhar de forma coordenada na preparação e resposta frente às catástrofes naturais, ao assinar a Carta da Conectividade Humanitária, no âmbito da campanha Nos Ligamos em setembro de 2016. As operadoras expuseram seus meios para apoiar a divulgação da Simulação Nacional de Evacuação e a Simulação de Busca e Resgate pela Unidade Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (UNGRD), da Colômbia, visando informar 1,9 milhão de pessoas.

As participações da Claro, Telefonica Movistar e TigoUne também foram muito relevantes durante a tragédia que ocorreu no município colombiano de Mocoa, devido às fortes chuvas, inundações de rios e deslizamentos de terra, entre a noite de 31 de março e a madrugada de 1 de abril de 2017. As operadoras móveis lideraram uma forte campanha para angariar fundos via SMS, linhas móveis e fixas, arrecadando milhões de pesos para as vítimas, além de terem oferecido bônus de crédito gratuitos para os habitantes afetados e de terem apoiado fortemente a logística de resposta e a reconstrução.

Big Data para a gestão de desastres

Na última década, o setor humanitário enfrentou melhor os distúrbios devido à tecnologia, do que nos últimos 50 anos, empoderando as equipes de resposta e as populações locais por meio da conectividade, e melhorando sistemas logísticos, análise de riscos, a preparação, o alerta rápido e a reconstrução. Nesse sentido, a inovação futura virá do Big Data para a gestão de desastres: por meio da análise de grandes conjuntos de dados, agora é possível medir o comportamento humano em grande escala com o objetivo de fornecer insumos relevantes para a tomada de decisões.

 

 

Buscando promover essas soluções inovadoras que melhorem a comunicação em momentos de crise e emergências, a GSMA lançou o Fundo de Inovação de Resposta a Desastres. A iniciativa fornecerá financiamento para testar ou dimensionar idéias e projetos que incluam ao menos 2 protagonistas: operadoras móveis, empresas, ONGs, agências nacionais de emergência ou ambientais, e agências humanitárias. Há tempo para se inscrever até 13 de outubro.