GSMA: convergência móvel e de vídeo cria oportunidades para criação e distribuição de conteúdo local na América Latina

Líderes da região estiveram reunidos no Latin American Media & Convergent Services Summit, realizado durante o Mobile World Congress Americas, para analisar de que forma a ascensão da mídia móvel transforma o ecossistema digital, impulsiona a inovação e desenvolve novas cadeias de valor

14 de setembro de 2018, Los Angeles: De acordo com a última edição do relatório Global Mobile Trends, divulgado pela GSMA esta semana no Mobile World Congress Americas, os smartphones representam 65 por cento das 717 milhões de conexões móveis da América Latina, acima dos 23 por cento de cinco anos atrás. Mais de um terço das conexões (35 por cento) estão operando em 4G. Impulsionada por dispositivos e redes mais rápidas, a região seguiu a tendência mundial no consumo de vídeo móvel; o vídeo já é o principal gerador de tráfego (56 por cento) e espera-se que cresça cerca de 45 por cento ao ano até 2023, respondendo por 73 por cento de todo o tráfego de dados móveis. Com mais pessoas do que nunca assistindo a vídeos online em pequenas telas, novas maneiras de criação e distribuição de conteúdo estão surgindo, revolucionando o cenário de dispositivos móveis e mídia.

A emergente interseção entre tecnologia móvel e conteúdo audiovisual foi o tema central do Latin American Media & Convergent Services Summit, realizado em 13 de setembro, como parte da programação do Mobile World Congress Americas. A cúpula reuniu executivos e autoridades do mundo das telecomunicações, representantes de mídia e de startups para analisar as possibilidades de alianças, novas oportunidades de negócios e os obstáculos regulatórios na região. Líderes da Telecom Argentina, Anatel Brasil, Verizon, VUBIQUITY, Raze, Viacom, Legendary e Wolox, entre outros, participaram dos painéis de discussão.

“À medida em que o celular assume a liderança na visualização de vídeos, a convergência entre telecomunicações e outras mídias se intensifica. O surgimento de serviços de quad-play na América Latina abriu portas para novos serviços baseados em conteúdo e também está estimulando novas formas de colaboração entre operadoras móveis, grupos de mídia, OTTs e estúdios de cinema”, afirma Sebastián Cabello, diretor geral da GSMA para a América Latina. “O apetite dos consumidores por entretenimento móvel não é apenas um fator de mudança para as operadoras móveis e corporações de mídia, mas também estimula a participação de players inteiramente novos que podem ajudar a desenvolver os ecossistemas locais.”

Projetos disruptivos de conteúdo local promovem o surgimento de novas cadeias de valor, a criação de empregos e o advento de fontes de receita inovadoras. As oportunidades não estão limitadas à mídia tradicional; realidade virtual, mista e aumentada, por exemplo, fornecem uma excelente plataforma para inovação movida a dispositivos móveis.

Além de gerar oportunidades de negócios, a convergência também pode contribuir para diminuir a exclusão digital. O relatório Global Mobile Trends da GSMA revela que ainda existe uma desigualdade significativa entre a cobertura e o uso da internet móvel na América Latina. No Brasil, por exemplo, 79 milhões de pessoas possuem cobertura 3G ou 4G, mas não estão conectadas; este também é o caso de 53 milhões de mexicanos e 23 milhões de pessoas na Colômbia. A maior barreira à internet móvel é a falta de conteúdo relevante para a população não conectada; portanto, a criação de novos aplicativos, ferramentas ou entretenimento regionalmente úteis, que correspondam às necessidades e à cultura locais, podem ajudar a atrair mais pessoas online.

Foco de investimento das operadoras

De acordo com a GSMA Intelligence, as operadoras móveis na América Latina estão investindo mais de US $ 15 bilhões por ano (capex) na construção de novas redes, principalmente de 4,5G. Até 2025, a previsão é que 4G responda por 64 por cento das conexões. Nesse ponto, as redes comerciais 5G terão sido lançadas e serão responsáveis por cerca de 8 por cento do total regional.

Recursos