Empresas de telecomunicaçãoes brasileiras se unem à campanha ‘We Care’ da GSMA para abordar a lacuna de uso de internet móvel

Durante o MWC Barcelona, operadoras e autoridades abordaram posicionamentos sobre como conectar o quarto da população que ainda não utiliza os serviços apesar de residir em áreas com cobertura.

21 de março de 2023, Brasília: O setor de telefonia móvel do Brasil uniu forças em busca da inclusão digital. No âmbito do MWC Barcelona, ​​​​a GSMA, associação global da indústria móvel, lançou junto com as operadoras Algar, Claro, TIM e Vivo o relatório ‘Reduzindo as barreiras de uso no Brasil. Principais lacunas à adoção e uso da internet móvel‘. O estudo foi apresentado às autoridades do Ministério das Comunicações, Tribunal de Contas da União e Anatel. A iniciativa faz parte de ‘We Care’, uma campanha global da GSMA que promove ações multistakeholder para acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

A maioria dos brasileiros que não consegue usufruir dos benefícios da conectividade enfrenta barreiras que não têm a ver com a oferta, mas sim com a demanda por serviços”, afirma Lucas Gallitto, diretor para a América Latina da GSMA. “A lacuna de uso é hoje o grande desafio para a universalização do acesso. Ao unir a indústria e facilitar o diálogo entre os setores público e privado, ‘We Care’ oferece uma plataforma para enfrentar esse desafio. Com esta apresentação, a indústria brasileira passa um recado claro: nos preocupamos em conectar todos à banda larga móvel”.

 Segundo o levantamento, por exemplo, cerca de 25% dos brasileiros (aproximadamente 54 milhões de pessoas) vivem sob cobertura de rede, mas não acessam os serviços. O estudo destaca três principais barreiras para superar essa situação:

  1. Acessibilidade. Uma assinatura de banda larga móvel básica custa menos de 2% da renda nacional bruta per capita, um custo já em linha com as metas definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Por outro lado, o custo de um aparelho smartphone representa 6% do PIB mensal per capita, significativamente maior do que o nível observado nos países líderes que têm as maiores populações online (2,5%). O peso dessa barreira é maior nos segmentos de menor renda e carece de uma colaboração para endereçar a problemática de acesso à aparelhos.
  2. Impostos. O Brasil dispõe de vários tributos sobre dispositivos e serviços móveis, incluindo o ICMS, IPI, ISS, cobranças de PIS/CONFINS, FUST, FISTEL e FUNTELL. Embora encargos tributários como o ICMS tenham passado por uma reforma em 2022, a proporção dos custos do serviço móvel impulsionada pela tributação no Brasil ainda permanece entre as mais altas do mundo, equivalendo a cerca de 30% da receita líquida das operadoras. A redução desses impostos específicos resultaria em serviços e aparelhos mais acessíveis para os consumidores finais.
  3. Letramento digital. De acordo com uma pesquisa da UIT (2021), a porcentagem de pessoas com habilidades básicas em TIC no Brasil é de 21%, em comparação com 62% nos países líderes. Considerando as competências padrão em TIC, a comparação é de 12% contra 46%, enquanto para as competências avançadas, o percentual no Brasil é de 2% contra 8% nos países líderes.

Com base no diagnóstico, a indústria móvel propôs às autoridades uma série de recomendações de políticas públicas com foco em:

  1. Melhoria do letramento digital, avaliando o impacto e otimizando os programas governamentais atuais, em sinergia com os instrumentos já implantados pelas empresas de telecomunicações.
  2. Reforma da política tributária do setor móvel, promovendo um sistema estável, previsível e simétrico, alinhado aos objetivos de maior conectividade, e com uma execução mais eficiente do Fundo de Universalização (FUST).
  3. Incentivo ao investimento por meio de condições fiscais e regulatórias adequadas, parcerias público-privadas para implantação em áreas remotas e adoção de alternativas de investimento com a participação de outros atores do ecossistema digital.

O relatório destaca também as iniciativas já desenvolvidas pelas operadoras de telefonia móvel no Brasil para enfrentar barreiras como o letramento digital. Por exemplo, o ‘Talentos do Futuro‘ da Algar promove o desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais de jovens a partir de 15 anos. A Claro, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu o ‘Campus Mobile‘, uma competição para universitários e recém-formados que focaram seus estudos em áreas incluindo Educação e Cidades Inteligentes. A TIM firmou parceria com outras empresas para fortalecer a agenda de empoderamento feminino por meio do projeto ‘Mulheres Positivas‘. O programa ‘Pense Grande Tech’ da Vivo capacita educadores e alunos em temas relacionados à tecnologia.

Por meio da campanha ‘We Care’, a indústria móvel no Brasil busca unir forças e colaborar com o governo e as autoridades para alcançar objetivos comuns de conectar todos às oportunidades oferecidas pela conectividade de banda larga móvel.

O documento ‘Reduzindo as barreiras de uso no Brasil. Principais lacunas à adoção e uso da internet móvel’ pode ser acessado aqui.

Contato de imprensa
Florencia Bianco
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