Os investimentos em espectro na América Latina atingiram US$ 11,2 bilhões entre 2009 e 2015

A GSMA comemorou a posição da indústria móvel no Fórum Regional de Otimização
e Uso Eficiente do Espectro organizado pela UIT no Congresso Latinoamericano de Telecomunicações

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As redes móveis são hoje o principal método de acesso à Internet em toda a América Latina, mas o tráfego móvel está crescendo mais rápido do que as previsões e pode haver um sério impacto nos serviços móveis se não for designado mais espectro no futuro. Esta é a conclusão do “Fórum Regional de Otimização e Uso Eficiente do Espectro”, organizado ontem pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) no Congresso Latinoamericano de Telecomunicações (CLT 2015) .

Durante o Fórum, a GSMA expôs a situação atual e futura da banda larga móvel e do espectro na América Latina por meio de apresentações de Matías Fernández Díaz, gerente Regulatório da GSMA para América Latina, e Luciana Camargos, gerente sênior de Políticas Públicas da GSMA.

Entre 2009 e 2015, os investimentos em espectro na América Latina chegaram a US$ 11,2 bilhões, apesar de ter sido um período de baixo ou nenhum crescimento na receita anual das operadoras móveis. “A demanda dos usuários requer mais investimentos, apesar da diminuição do lucro, e os investimentos em implantação (Capex) são cada vez mais altos para atender ao crescimento exponencial do uso e tráfego”, explicou Fernández Díaz.

Segundo o gerente Regulatório da GSMA para a América Latina, os países entenderam que o espectro é um elemento chave para o crescimento e um estímulo para a economia, proporcionando emprego e melhorias de produtividade. Já foram atribuídos mais de 1500 MHz entre 2009 e 2015 apenas para a implantação de 4G, mas é preciso mais para atender à demanda de tráfego esperada devido ao crescimento do número de usuários e do uso de smartphones. “Atribuir espectro de forma harmonizada e com um cronograma que permita planejar os investimentos a longo prazo são as chaves para que a indústria possa suportar a demanda futura de comunicações móveis”, garante Fernández Díaz.

O evento foi aberto por Fernando Borjón, comissário do Instituto Federal de Telecomunicações (IFT) do México; Clovis Baptista, secretário executivo da Comissão Interamericana de Telecomunicações (CITEL); e Mario Maniewicz, diretor do Departamento de Radiocomunicações da UIT. Borjón adiantou que o México planeja liberar a banda de 600 MHz para as telecomunicações em 2018.

“A ausência de mais espectro pode gerar um grande impacto nos serviços móveis: as redes podem sofrer atrasos, os preços para os consumidores podem subir e os benefícios socioeconômicos gerados pela tecnologia móvel podem se perder”, explicou Luciana Camargos, gerente sênior de Políticas Públicas da GSMA. Ela detalhou também as quatro formas de suportar o maior consumo de dados e o crescimento exponencial dos smartphones:

  • A utilização de novas tecnologias como LTE e LTE-Advance para que mais dados entrem no espectro existente: as operadoras já estão investindo fortemente nesta opção
  • A implantação de redes mais densas, com mais estações base para reutilizar o espectro com maior frequência, em geral através da divisão de celas ou implantação de mais macrosites ou pequenas células: as operadoras móveis já estão fazendo isso, apesar de ser uma opção mais cara
  • Wi-Fi offload para que os dados trafeguem pelas redes Wi-Fi e assim seja possível descongestionar ao máximo as redes móveis
  • Licenciar mais espectro para a banda larga móvel: a opção com melhor custo-benefício para aumentar a capacidade da rede

O Congresso Latinoamericano de Telecomunicações 2015 acontece de 13 a 16 de julho, em Cancún, no México, e é organizado pela GSMA, CAF (banco de desenvolvimento da América Latina), ASIET (Associação Interamericana de Empresas de Telecomunicações) e Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT) do México. É o encontro de telecomunicações mais relevante da América Latina e reúne autoridades, executivos e personalidades de primeira linha, entre os quais representantes dos ministérios do setor, organizações reguladoras, congressistas, operadoras de telecomunicações, fornecedores de equipamentos e serviços, consultores e acadêmicos.