Negócios na nuvem para operadoras de telecomunicações

Autor: Ruben Barrera, gerente de Desenvolvimento de Negócios para América Latina, da Ericsson

A situação da operadora de telecomunicações
Graças à presença global da Ericsson podemos observar que a maioria das operadoras de telecomunicações está sendo testemunha de uma notória diminuição no negócio tradicional de redes fixas (PSTN). Ao mesmo tempo, as redes móveis (PLMN) são um mercado maduro em que os serviços de SMS e voz estão decrescendo, ainda que haja uma compensação com o crescimento do número de usuários e dos serviços de dados, de modo que essas cifras ainda mostram um saldo positivo. Apesar disso, vale a pergunta: por quanto tempo ?

A resposta é clara: são necessárias novas fontes de receitas, uma redução em OPEX e CAPEX. A tendência de evolução de serviços para o mercado de massas está orientada para uso extensivo de banda larga e mobilidade. A evolução do segmento empresarial concentra-se em aspectos econômicos, novas formas de comunicação, mobilidade, centros de dados e introdução da nuvem/SDN (incluindo segurança como prioridade máxima).

Para atrair novos clientes e segmentos empresariais é necessário implementar novos serviços, com uma redução significativa no tempo de sua implementação no mercado (TTM) e gastos de CAPEX e OPEX mais baixos.

Algumas operadoras mencionaram que sua meta é ser mais flexível, eficiente e inovadora. É preciso definir uma nova forma de evolução para as redes de telecomunicações enfrentarem os desafios, e isso se consegue por meio da definição de Virtualização das Funções da Rede (NFV). Agora, pela primeira vez, as operadoras de telecomunicações estão definindo a evolução.

Geração de dinheiro a partir da nuvem: mercado de data centers/ TI Empresarial
A maior parte dos departamentos de tecnologias de informação (TI) das grandes empresas já está trabalhando em ambientes de nuvem para seus sistemas internos de TI, e começou a desfrutar dos benefícios da nuvem. Esta é uma boa maneira de usar as capacidades do hardware para diferentes aplicações e fazer frente à administração do ciclo de vida do hardware e software, que frequentemente é o principal problema nas áreas de TI.

Algumas empresas de médio porte estão em processo de avaliação dos sistemas de nuvem, pois suas implantações iniciais são caras, e nem todas as aplicações de TI podem ser executadas na nuvem atualmente.

As empresas menores estão considerando a possibilidade de investir para criar centros de dados de TI, especialmente quando existem soluções de cloud computing ao alcance da mão. As empresas estão dispostas a investir em centros de dados para melhorar a segurança, capacidade de gerenciamento, escalabilidade e desempenho de aplicações. E se as operadoras puderem fornecer esses benefícios e serem vistas como provedoras de TI da nuvem ? O que isso significaria para suas redes? Como é que as operadoras podem fornecer uma oferta de nuvem melhor que os serviços sobre a rede (OTT)?

Diferentes tipos de nuvens
Departamentos de TI de algumas operadoras já têm algumas nuvens e aplicações virtualizadas para serviços que exigem muitas consultas e são utilizados em alguns sites.

Isto é o que se chama de “nuvem privada”, e que está na área do diretor de informática.
Esta “nuvem privada” pode ser exposta a segmentos de massa e de negócios ? Fornece a segurança, capacidade, gerenciamento e cumprimento dos acordos de nível de serviço (SLA) exigidos? Definitivamente não. São necessárias capacidades mais complexas na nuvem de TI para fornecer uma plataforma de nuvem como serviço (PaaS) ou infraestrutura como serviço (IaaS). Neste ponto, a consideração é em termos do que é conhecido como “public cloud” e “enterprise cloud”.

Os nós de telecomunicações estão evoluindo para NFV e exigem flexibilidade, desempenho e segurança do ambiente de nuvem, assuntos que o diretor de tecnologia conhece. Então a questão é: as nuvens privadas ou públicas são suficientemente boas para dar segurança aos nós de telecomunicações? Principalmente considerando, por exemplo, que aplicações de telecomunicações exigem centenas de consultas para configurar uma chamada básica. Fica claro que nós de telecomunicações exigem a sua própria nuvem: a “telco cloud”.

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Principais benefícios da nuvem
Quando falamos sobre os principais benefícios da nuvem, não estamos falando apenas de corte de custos nem de dispor de capacidades de rede, armazenamento e computação a preços baixos. Em vez disso, o principal benefício da nuvem está relacionado com a habilidade de alterar os mercados acelerando a velocidade dos negócios sem perder o controle.

A nuvem oferece ferramentas para que as empresas possam criar e abastecer a sua rede com os SLAs que estejam dispostas a pagar; SLAs que apenas as operadoras possam satisfazer devido à proximidade que têm com seus atuais sites de rede (menos de 500 metros). Esta é a principal vantagem competitiva sobre os provedores de nuvem de nicho TI /data centers.

O ambiente de nuvem permite a transferência da aplicação de um lugar, cidade ou país a outro, em apenas alguns minutos. A maioria dos processos já está automatizada e em sistemas de alto nível de desempenho e eficiência. Tudo isso é garantido graças à interoperabilidade, bem como aos diferentes padrões e fóruns relacionados com a nuvem.

Todas as redes de telecomunicações são construídas sobre nós dedicados por aplicação. Recentemente, com a introdução de IMS, foi iniciada a desintegração de entidades funcionais, mas cada nó ainda permanece em seu próprio hardware.

Os princípios, nomes e arquiteturas em nuvem são completamente novos e muito diferentes das atuais implementações de telecomunicações. Ainda assim, se conserva a maioria dos princípios chave de redundância, resistência, isolamento e gestão, mas agora fazem uso das novas capacidades do ambiente de nuvem.

Construção do ecossistema da nuvem
As operadoras não seguem todas o mesmo caminho para tornar a nuvem realidade, e isso vai além da instalação de processadores industriais, equipamentos de bases de dados e de rede com software, hypervisor e virtualização; cada operadora deve criar seu próprio ecossistema.

Existem algumas áreas que podem ser consideradas. Na Figura 2, por exemplo, a camada inferior se refere à geração em telecomunicação de infraestrutura que evoluiu com data centers (com tecnologias HyperScale) que são considerados como componentes expostos de computação, bases de dados e de rede.

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O hardware é virtualizado por meio de uma infraestrutura de nuvem e uma gestão da camada que considera o ambiente de execução da nuvem e as funções do administrador da nuvem. O objetivo é oferecer à nuvem: segurança, capacidades de gestão e de cumprimento, para que a nuvem possa ser utilizada em telecomunicações, TI ou em empresas.

Um elemento importante que normalmente não é levado em conta são os serviços profissionais envolvidos, desde a consultoria até a implementação, o que mostra que muito poucas empresas podem assumir a responsabilidade de transformar a nuvem em realidade.

Conclusão
O negócio das operadoras de telecomunicações tem mudado e uma oportunidade desafiadora se aproxima, de modo que se abrem novas oportunidades de negócios e é o melhor momento para que as operadoras migrem para o mercado da nuvem.

As empresas estão dispostas a investir nos serviços de nuvem, se tiverem segurança, disponibilidade e melhores preços. É possível dar essa garantia ao se habilitar elementos de telecomunicações com recursos de nuvem, para que as operadoras de telecomunicações possam vender PaaS/IaaS com um compromisso real com a empresa. Como empresa líder global em TICs, a Ericsson oferece uma ampla gama de serviços e infraestrutura necessários para criar ambientes de nuvem.