Como reduzir a exclusão de gênero na mobilidade: debate aberto entre as mulheres líderes nas telecomunicações latinoamericanas

As mulheres têm possibilidades 14% menores de acesso a um telefone móvel. Essa exclusão de gênero na mobilidade é analisada no informe da GSMA, Connected Women 2015 (Mulheres Conectadas 2015), intitulado “Reduzindo a Exclusão de Gênero: Uso e acesso móvel em países de renda baixa e média”, que reúne dados do México e da Colômbia, entre outros 11 países do mundo. O informe foi apresentado no Café da Manhã GSMA Mulheres Conectadas, no qual mulheres líderes da indústria debateram os desafios de gênero que o ecossistema móvel enfrenta, no âmbito do Congresso Latinoamericano de Telecomunicações (CLT 2015) realizado em Cancún, México.

O evento foi encabeçado pela Subsecretária de Comunicações da Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT) do México, Mónica Aspe Bernal, que declarou: “O primeiro passo para reverter a desigualdade de gênero é contar com dados e por isso o relatório da GSMA é tão importante. A igualdade de gênero deve ser um tema prioritário, e não marginal, nas políticas de inclusão digital”.

Mais de 1,700 bilhão de mulheres em países de baixa e média renda do mundo todo não têm acesso à telefonia móvel, cerca de 14% mais que os homens, o que representa uma exclusão de gênero de 200 milhões de mulheres. “Cerca de 69% das mulheres entrevistadas afirmaram que se sentem mais seguras ao contar com um telefone móvel”, explicou Shireen Santosham, gerente sênior do Programa Mulheres Conectadas da GSMA, ao apresentar o relatório.

Na América Latina, aproximadamente 149 milhões de mulheres não têm acesso a um telefone celular. No México, a exclusão de gênero é relativamente pequena se comparada com o resto dos países citados no relatório: há 6% menos mulheres mexicanas proprietárias de celulares do que os homens. Todavia, a diferença é maior nas zonas rurais, onde as mulheres têm uma probabilidade 26% menor de ter acesso a um telefone.

O informe GSMA Connected Women 2015 destaca também que as mulheres que possuem telefones móveis ainda enfrentam uma significativa exclusão de gênero no que se refere ao uso que elas fazem dos aparelhos, e em muitos casos não conseguem aproveitar ao máximo as vantagens que a posse de um celular proporciona. No México, por exemplo, 32% das mulheres não utilizam internet móvel em comparação com 26% dos homens. Na Colômbia essas cifras são de 41% para as mulheres e 38% para os homens.

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O Café da Manhã GSMA Mulheres Conectadas incluiu um painel de debate sobre a diversidade de gênero na indústria de telecomunicações, com participação de Judith Mariscal, diretora do Programa Telecom-CIDE; Cristina Ruiz de Velasco, diretora executiva de Assuntos Externos da AT&T; Déborah Lerner, assessora principal de Observância Regulatória da Entel Peru, e María Cristina Capelo, gerente de Políticas Públicas e Assuntos Governamentais para Google México, América Central e Caribe.

De 13 a 16 de julho em Cancún, no México, foi realizada a terceira edição do Congresso Latinoamericano de Telecomunicações 2015, organizado pela GSMA, pelo CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina -, pela ASIET (Associação Interamericana de Empresas de Telecomunicações) e a Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT) do México. Trata-se do encontro de telecomunicações mais relevante da América Latina, que reúne autoridades, executivos e delegados de primeiro nível, tais como representantes de ministérios do setor, organizações regulatórias,

congressistas, operadoras de telecomunicações, empresas provedoras de equipamentos e serviços, consultorias e pesquisadores acadêmicos.